Nesta quarta-feira (14), é comemorado o Dia Internacional do Lixo Eletrônico
Nesta quarta-feira (14), é comemorado o Dia Internacional do Lixo Eletrônico. O Brasil é o segundo maior produtor de e-lixo da América Latina — e 5º maior do mundo. Os dados são do estudo Global E-Waste Monitor, realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Anualmente, o país produz 2 mil toneladas de lixo eletrônico, e apenas 3% de todo esse montante tem um destino adequado.
De acordo com a especialista Sylmara Gonçalves Dias, professora do curso de Gestão Ambiental da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, é importante que o poder público invista em estrutura de coleta seletiva para reduzir os impactos ambientais provocados pelo descarte irregular de materiais pesados.
“Mais importantes do que conscientizar a população, é oferecer condições para que haja o descarte correto do lixo. Materiais como mercúrio e cobalto que compõem eletroeletrônicos, pilhas, baterias entre outros, têm impactos pesados no meio ambiente e na saúde humana. São responsáveis por sequelas severas no sistema neurológico, provocando uma série de efeitos cancerígenos”, afirma a especialista.
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No entanto, nem todas as cidades da Grande SP disponibilizam meios para que os cidadãos façam o descarte adequado desses materiais. Em Franco da Rocha, por exemplo – município com a população estimada em 156 mil pessoas, de acordo com o IBGE -, não há postos de coleta de lixo eletrônico.
O Gestor de Núcleo de Meio Ambiente, José Eduardo de Almeida Nunes, esclarece que a prefeitura encontra dificuldades para firmar parcerias com cooperativas de reciclagem e que “no momento o núcleo busca iniciativas privadas ou ONGs que atuem nesse setor”.
Por conta dessa deficiência do município, a loja Artigos Peculiares da Madame Juju, localizada no Shopping Franco da Rocha, disponibilizou um espaço para o descarte regular de lixo eletrônico e, se tornou assim, o primeiro ponto de coleta de e-lixo da cidade.
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A proprietária da loja e a idealizadora do projeto, Juliana Moreira, relata que o objetivo sempre foi amenizar os impactos no meio ambiente. “A Peculiar Madame Juju já nasceu com a ideia de minimizar as pegadas de carbono da loja. As nossas sacolas são de papel kraft e vai com tinta especial que não polui, então, o caminho natural foi a criação do ponto de lixo eletrônico, porque não possui nenhum na região”.

Juliana trabalhou por alguns anos na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e foi lá que ela teve conhecimento do assunto. “…entendo a importância da preservação dos lençóis freáticos que são atingidos pelo lixo eletrônico. Por isso, entrei em contato com a Coopermiti e fizemos essa parceria. Eu recebo os aparelhos na loja e, pessoalmente, entrego na sede da Cooperativa”.
A iniciativa ocorreu em abril de 2019 e, de lá para cá, já foram arrecadados mais de 145 quilos de lixo eletrônico, dentre celulares, fax, mouses, notebooks, impressoras, câmeras e até torradeiras. “Eu vi que isso poderia adicionar valor tanto a marca, quanto a região que me acolheu tão bem”, finaliza.